segunda-feira, 19 de maio de 2008

Downtown express


Costumo associar a realização do Lisboa Downtown com a “abertura oficial do Verão”… finais de Maio, os dias começam a puxar menos montanha e mais praia, as ruas de Lisboa começam a decorar-se para os santos. Apesar de o Verão ainda não ter chegado, fomos brindados no Sábado com um belo dia de sol.


Amarelo, de amarelo...




Consegui finalmente levar “os meus rapazes” a ver a prova onde o conceito de downhill urbano começou. Para além dos suspeitos de sempre, foi connosco o Gonçalo, que sempre achou que isto do downhill é coisa para gente maluca…

Neste dia tudo é "extreme" em Lisboa, até os fotógrafos



Como a almoçarada em minha casa se demorou um bocado mais do que o esperado, chegámos um pouco tarde e do qualifying heat já só vimos meia dúzia de pilotos. Não fez grande mal, porque o almoço tinha deixado toda a gente com sede, e as cervejinhas no “intervalo” caíram mesmo bem!!


Ali numa rua ao lado, havia um "downtown" mais underground...


Fomos descendo a pista até chegar ao drop da Mondraker, em que o Jay insistia que a recepção do salto era para flat, que nenhum iria receber aquilo já nas escadas. Bastou passar o 1º piloto para mudar de ideias…Ficámos por ali um bocado e resolvemos ir subindo até ao “car gap”, onde ficámos até passar o Minaar, que era o ultimo piloto.


Um dos pilotos mais acarinhados pela Gravity Assisted Sports:
José Borges aka
Zé Manel. Dá-lhe Zé Manel!!!




Na competição propriamente dita, o amigo Peat para não variar, ganhou. Já começa a haver uma certa mística, depois de 7 vitórias consecutivas... quase que já se começa a perguntar como será o downtown sem este homem. O melhor tuga foi o Pombo, a apenas 3 segundos do 1º lugar.


King of the hill, Steve Peat




Para o ano há mais, e esperamos uma “edição comemorativa” dos 10 anos do Downtown.
Por agora fica oficialmente aberto o Verão 2008.



PS: um agradecimento especial ao Carlos, que disponibilizou nada menos que 250 fotos do evento! Um abraço para ele… cada vez mais fico com a sensação que vamos ter brevemente um companheiro no grupinho do “FR Light” em Sintra.



segunda-feira, 12 de maio de 2008

A Reforma Agrária

Eu ainda sou do tempo em que algures na Bike Magazine dizia "circule sempre dentro dos trilhos e não abra trilhos novos". A verdade é que também sou do tempo em que o downhill se fazia bem com uma rigida, em que a RS Judy, o topo de gama para DH, tinha 100mm de curso, em que o freeride era uma "cena qualquer lá da Cannondale", em que saltos de bicicleta era dominio das BMX e palhaçadas com uma roda 26 chamava-se "trial", em que havia atletas de XC a sacarem pódios na Taça do Mundo de Downhill e em que cá na tuga de vez em quando ficavam uns gajos da promoção no top5 da geral porque eram locais e conheciam o trilho de trás para a frente. Mas as coisas mudaram muito... até mudou o "código de boa conduta" dos utilizadores dos trilhos que passou a ser "se gostas de cá andar então vem ajudar".


MTB legend, John Tomac






E compreende-se que queiram ajuda, porque antigamente fazia-se DH em "caminhos". Qualquer descida longa era uma boa descida, mas a evolução tecnológica das bikes tornou tudo muito diferente. Chegámos ao ponto em que qualquer caminho existente para outros fins, seja um estradão ou um caminho de cabras, não é suficientemente desafiante. Deixou de se fazer DH em trilhos, e passou a haver pistas de downhill, feitas por quem lá anda de bike, precisamente para esse efeito. E foi assim que eu e o Pacheco, cientes desta "reforma agrária" que ocorreu no mundo do MTB, pegámos nas enxadas e fomos ajudar o CPFR nas pistas da Malveira.


Proletários de todo o mundo, uni-vos!





Foi uma tarde bem passada, mas a trabalhar duro. Árvores abaixo, desbravar mato, abrir caminho ciclável. O objectivo era terminar o trilho de dificuldade media, mas apesar do esforço não se conseguiu. Pode ser que a chuva continue e se consiga terminar, até porque já so faltam meia duzia de metros... só que da próxima levo luvas que fiquei com bolhas nas mãos por causa da enxada. A vida do campo é muito gira mas custa...



O descanso dos guerreiros