quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Fe2O3

O óxido ferro forma-se pela combinação de átomos de ferro com oxigénio, podendo assumir várias formas na natureza como a magnetite ou hematite, sendo esta ultima, a forma mais comum, também conhecida como ferrugem. Por esta hora, os caros leitores estão na dúvida se vieram para ao blog errado ou se perdi os últimos restos de sanidade que ainda tenho pelo que vou esclarecer quanto antes… o Fe2O3 abunda na GAS. A stinky para pegar de manhã teve de levar bala, a corrente da hotchili apresenta uma bonita cor entre o âmbar e o vermelho (tipo cor de ferrugem), as articulações dos pilotos rangem com os impactos, para além de uma grande quantidade de material oxidado na parte do cérebro que nos faz “não ter medo”.


Jay e "plastikman perninhas de alicate"


Apesar destes problemas relacionados com a falta de uso e com a pouca actividade que têm tido os representantes da GAS, este Sábado fomos ranger um bocado até ao Jamor, com direito a coletes e integrais para esconder toda a ferrugem que por aqui abunda. Os primeiros a chegar foram o “plastikman” e eu, que nos entretemos à espera do Jay a usar uns fumos especiais que lubrificam as articulações. Depois de vestido com a armadura medieval e com o capacete , resolvi fazer ali os primeiros obstáculos da linha. A ferrugem não deixava fazer lá grande coisa. Entretanto chegou o Jay e por ali continuámos a tentar perceber porque é que todos os kickers pareciam rampas de lançamento espacial apontadas à ursa menor, os gaps nos pareciam um “fosso dos leões” e os breves milissegundos no ar nos pareciam dois minutos em ausência de gravidade…


Hotchili finalmente fora da toca


Mas à medida que se faziam passagens, parecia-nos a nós que estes fenómenos iam ficando mais domesticados, e lá se começou a fazer umas linhas sem pensar muito se íamos ao chão ou não. E não fomos, o que só por si revela que andámos muito longe de outros tempos em que caiamos pelo menos duas vezes em cada descida. Bons tempos! Depois de tão reforçada a nossa confiança, fomos descendo pelo trilho abaixo para irmos fazer outros obstáculos, incursão esta que terminou na penosa subida até ao ponto mais alto. Aí, e depois de reabastecimento, continuaram-se a fazer uns obstáculos.


"Objects in mirror are closer than they appear"


Até que, na última descida (se não fosse mesmo mesmo a última tinha passado a ser), no roadgap, que até foi feito com alguma velocidade e desprovido de grandes receios, na recepção, o desviador entrou pela roda adentro e arrancou-se do dropout que ficou ligeiramente torto com o tratamento que levou. Nada que não se esperasse. No meio de tanta ferrugem alguma coisa ia ceder, e antes a bike do que eu. Este pequeno incidente no final voltou a sustentar vozes que por aí se levantam afirmando que o downhill custa 10€ em cada descida, só em material para a bike!


10€ por descida


Mesmo com os estragos foi uma manhã super bem passada a lembrar os old times em que se confraternizava mais do que se andava de bicicleta.



quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

domingueiros à terça


Ultimamente isto tem tido pouco de downhill e muito de allmountain. É que a própria bike é tão clara nas suas intenções que não deixa muitas alternativas ao sobe e desce “leg assisted”. Se era isto que eu queria, pois bem, é mesmo isto que tenho tido e até que tenho estado a gostar, porque sempre que o declive é negativo dá para tirar a ferrugem das articulações. E assim, lá tenho ido a todas as zonas verdes na área de Lisboa à procura de umas descidas radicais: sintra, belas, Monsanto e jamor, todas feitas com maior ou menor esforço e maior ou menor destreza.

Mas a última (re)descoberta foi mesmo o Jamor. Depois de uns dois anos em que tudo o que por lá se passava era a erosão dos saltos dos tempos antes do parque aventura, o lado este do complexo do Jamor volta a dar cartas. Tudo começou numa volta de Domingo cujo objectivo era mesmo ser uma volta de Domingo a passar nos sítios onde aqueles bikers domingueiros costumam ir… Jamor, Belem e Monsanto, por esta ordem.Fui por linda-a-velha e cheguei num instante à zona “radical” do Jamor, onde pensava que ia encontrar uns single tracks meio abandonados. Mas deparei-me imediatamente com uma série de saltos fresquinhos… baixei o selim, e lá fui eu por ali abaixo. A linha, roça o perfeito. Curvas e contra curvas com meio metro de apoio, wallrides, pequenos saltos e gaps. Atendendo a que ia de lycra, uma grande parte dos saltos ficou para outro dia, mas diverti-me tanto na descida que já só pensava em lá voltar no próximo dia de ride mas com integral, protecções e “longo curso”.


Gonçalo aka "plastikman", o único rider que eu conheço com
suspensão incorporada: um elastómero em vez do tendão de Aquiles


A questão é que “o próximo da de ride” já estava marcado para 3ª feira de carnaval com o Gonçalo. Ainda pensei em 1001 esquemas de como levar as 3 bikes no carro, mas acabei por levar apenas a "canivete suiço". O ride foi muito calminho, quase sempre em plano, com direito a foto com estilo domingueiro. Mas logo ao início, no Jamor, ainda se fez uma descida a comprimir a suspa nas curvas!


A foto que prova que esta merda virou um blog de BTT

Ao que parece, este Sábado o jay vai tirar a ferrugem da stinky, eu vou tirar a ferrugem à chili e vamos tentar tirar fotos que não envergonhem a herança da GAS!