segunda-feira, 12 de maio de 2008

A Reforma Agrária

Eu ainda sou do tempo em que algures na Bike Magazine dizia "circule sempre dentro dos trilhos e não abra trilhos novos". A verdade é que também sou do tempo em que o downhill se fazia bem com uma rigida, em que a RS Judy, o topo de gama para DH, tinha 100mm de curso, em que o freeride era uma "cena qualquer lá da Cannondale", em que saltos de bicicleta era dominio das BMX e palhaçadas com uma roda 26 chamava-se "trial", em que havia atletas de XC a sacarem pódios na Taça do Mundo de Downhill e em que cá na tuga de vez em quando ficavam uns gajos da promoção no top5 da geral porque eram locais e conheciam o trilho de trás para a frente. Mas as coisas mudaram muito... até mudou o "código de boa conduta" dos utilizadores dos trilhos que passou a ser "se gostas de cá andar então vem ajudar".


MTB legend, John Tomac






E compreende-se que queiram ajuda, porque antigamente fazia-se DH em "caminhos". Qualquer descida longa era uma boa descida, mas a evolução tecnológica das bikes tornou tudo muito diferente. Chegámos ao ponto em que qualquer caminho existente para outros fins, seja um estradão ou um caminho de cabras, não é suficientemente desafiante. Deixou de se fazer DH em trilhos, e passou a haver pistas de downhill, feitas por quem lá anda de bike, precisamente para esse efeito. E foi assim que eu e o Pacheco, cientes desta "reforma agrária" que ocorreu no mundo do MTB, pegámos nas enxadas e fomos ajudar o CPFR nas pistas da Malveira.


Proletários de todo o mundo, uni-vos!





Foi uma tarde bem passada, mas a trabalhar duro. Árvores abaixo, desbravar mato, abrir caminho ciclável. O objectivo era terminar o trilho de dificuldade media, mas apesar do esforço não se conseguiu. Pode ser que a chuva continue e se consiga terminar, até porque já so faltam meia duzia de metros... só que da próxima levo luvas que fiquei com bolhas nas mãos por causa da enxada. A vida do campo é muito gira mas custa...



O descanso dos guerreiros









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