O trilho do Sr. Heitor, ou trilho do Arquitecto é a joia da
coroa do Mafra BTT. É um dos mais antigos (posso estar enganado, mas terá sido
o primeiro trilho do Mafra BTT), e resulta da recuperação de um trilho pedonal
muito antigo no vale do arquitecto, que tinha uma série de azenhas. O trilho
começa na zona mais Oeste de Mafra, junto à CRIMA e termina numa capela (Nossa
Senhora do Arquitecto) que fica bem perdida no meio do mato. É o mais badalado
e na minha opinião talvez o mais divertido de todo o cardápio. E muito
sinceramente, não há vez em que lá pelo meio não pense, “fdx, este trilho é
mesmo altamente”. Por ser assim tão bom, e também por se ligar a outros nesta
fantástica rede de trilhos, é um dos mais “batidos” e para onde rumam muitas
das minhas peregrinações em duas rodas.
O triho no trailforks está classificado como verde. Tem
quase 2kms de extensão e apesar de ser um trilho que se consegue fazer em ambas
as direcções, é “downhill primary”, com cerca de 90m de desnível. Apesar de ser
pouco inclinado, é um dos trilhos mais rápidos do menu. Em termos técnicos não
há nada que não se ultrapasse com uma bike de XC, apesar de que, à medida que o
trilho vai “envelhecendo”, nas zonas mais verticais, o “escoar” da terra por
via da erosão tem vindo a expor mais pedras, e o trilho está progressivamente a
ficar mais duro.
under da bridge
Existe um salto, que diria que está “extremamente assinalado”,
mas que só com bastante velocidade é que lá se consegue voar um bocadinho. Uma
das partes mais “emblemáticas” é uma muito longa curva para a direita, sempre
em offcamber, que passa por debaixo de um dos viadutos da A21 e que dá entrada
para a parte de floresta do trilho, que nos leva até à Sra. Do Arquitecto. A
localização da capela é mesmo remota, bem no meio do mato, mas tem uns
banquinhos mesmo fixes para descansar um bocadinho e repor os líquidos.
escadas @ Sra. Arquitecto
Como se isto não fosse suficiente para fazer valer as
pedaladas desde a Ericeira até Mafra, logo a seguir ao Sr. Heitor começa a
ligação ao vale do Lizandro através do Trilho das Pontes. Este é um single
track que vai atravessando por diversas vezes a ribeira do Muchalforro através
de uns shores, o que lhe valeu o nome. No entanto, e apesar dos esforços e das
constantes manutenções do Mafra BTT, as pontes estão frequentemente destruídas
pela força da água, e as que estão de pé, abanam assustadoramente à passagem.
Tem cerca de 1300m, e é um trilho de pedal, apesar de ter acumulado negativo.
Trilho das Pontes
Trilho das Pontes
Quando disse que era um single, este é mesmo single. Por ser ao lado do rio é bastante fechado com canaviais, e em várias zonas, vamos ali bem enfiados num túnel de vegetação. A progressão, pelo menos durante o verão, é fácil e é um trilho bom para “apreciar calmamente” e desfrutar da imersão na natureza. Com frequência passam coelhos à nossa frente, e também uma espécie de mangustos / doninhas, que agora sei que se chamam (popularmente) de saca-rabos, e nas passagens de rio, é só rãs a saltar para dentro de água.
O trilho termina junto ao vale do lizandro, nas hortinhas
que ladeiam o rio, onde também desembocam o Trilho da Amazónia e o do Medronho
(este fica para vos contar noutro post).
Nos dias em que não apetece subir mais, é seguir pelas hortinhas até à
Sra. Do Ó e daí, regressar pelo “paredão” até onde o mar é mais azul!
"Where the trail ends"
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