Depois de uma semana, em que dia sim dia não houve um incêndio na mata de Belas, a malta da GAS decidiu ir ver os estragos que por ali vão sendo provocados. E quando digo provocados, não o digo á toa. Este é o 3º ano consecutivo com incêndios naquela zona. Só durante as 2 ultimas 2 semanas, houve ali 3 incêndios, uns pequenos, outros maiores. Um dos mais caricatos, deflagrou às 22:45, que é sempre uma hora em que faz grande calor... no deserto do Nevada... Ainda mais surpreendente, é aquela zona estar debaixo do nariz de uma torre de vigilância (de incêndios, imagine-se!), com presença permanente de um Bombeiro, num local que tem dois pontos de acesso com "casinha" dos seguranças, para além das rondas que fazem de mota. Infelizmente, o que pouco surpreende, é tratar-se de uma zona onde existem fortes interesses imobiliários. Usando uma frase do Jay "pior do que os incêndios é se agora os deixavam construir ali. Isso sim, era uma vergonha".
Para não compactuarmos com esta vergonha e para avaliar os estragos, às 8:30 da manhã estava o Jay, o Tó e eu no local de encontro habitual. O Jay vinha artilhado para fazer uma etapa da "volta", mas enganou-se no dia e no local. É certo que os "estradistas" passaram ali perto, mas foi no dia seguinte, e no asfalto a caminho de Queluz. Ali para Belas, a escolha deveria recair sempre em qualquer coisa com algum "sloping" (eu sei que o Jay adora esta expressão) . Apesar da geometria trepadora da bike que levou, desceu heroicamente nos 3 trilhos do marco geodésico.
Depois de uma passagem pela zona onde eram os Marretas, mas que agora se encontra debaixo de um "mar" de árvores que foram abatidas (pode dar jeito aos incendiários), fomos até ao também extinto "trilho do punhetas" - o inicio está fechado por árvores abatidas (não vão os incendiários precisar de lenha seca para atear um fogo), a ponte está queimada desde o ano passado, o table está com a recepção completamente destruída e os pequenos saltos que se seguiam também estão praticamente destruídos. Restavam-nos os trilhos no marco geodésico.
Debaixo da figueira, no final do trilho da mini, estavam os nossos companheiros da luta ali em Belas, Maus Caminhos Team. Como não podia deixar de ser, o tema de abertura da conversa foram os incêndios. Enquanto se subia pela estrada, uns de bike outros à mão, fomos observando a extensão queimada. Mas o que nos deixou mais preocupados foi uns arbustos que ainda deitavam fumo. Depois de uma observação mais atenta, detectámos um pequeno tronco, ainda a arder. Quase com certeza que daí a uns 10 minutos íamos ter festa outra vez ali na mata, não fosse a rápida acção dos "sapadores ciclistas" que intervieram com garrafas, camelbaks e até com uma "sussa" do Tó.
Finalmente, e sempre debaixo do olhar atento do bombeiro de serviço na torre descemos pelo trilho do CDBelas. Continua como sempre foi - duro, lento e cheio de pedra. Talvez um pouco pior, pois a pista está bastante degradada. Nova subida, e nova descida, desta vez pelo mais recente trilho da mini. O roadgap começa a parecer mais "fazível". Um dia destes lá terá de ser. Na ultima descida viemos pelo trilho dos fetos. Continua a ser o meu preferido.
Foi uma manhã bem passada, sempre em saudável convivio. Temos de ir ali a Belas mais vezes, até porque ouvimos dizer que o recorde de descidas acumuladas num dia ali está em 16. Sim dezasseis. Eu acho que nem com telecadeira conseguia tal proeza.
1 comentário:
realmente falhei no dress code e principalmente no material escolhido!
fiquei com alguma pensa de ter feito aqueles trilhos verdadeiramente á XC
fiquei tb com a certeza que tenho de downhillar urgentemente senao qq dia um mero passeio parece me um drop!
curioso é que por acaso tb registei o record de descidas num dia, assim sim, assim belas rende!
registei tb os aparatosos e numerosos acidentes que por ali ja ocorreram... mas tao lá todos e a andar pra mundial!
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