Confesso que há 3 meses atrás não esperava tão calorosa
recepção ao teaser que aqui foi colocado. A ideia em si já tinha algum tempo.
Digamos que assim que tomei conhecimento do Pass’portes du Soleil fiquei fan do formato… é que
misturar bikes, com os Alpes, com uma prova de formato “relaxado” nos melhores
bike parks da Europa, com cerveja e com fondues de queijo e chocolate é uma
daquelas mixes a que é impossível ficar indiferente. Mas foi neste verão que a
coisa ganhou força, e muito sinceramente quando tomei a decisão de “esta é uma
daquelas coisas que se tem de fazer uma vez na vida”, pensei que os meus amigos
já não gostavam de andar de bike e que o PDS era uma daquelas coisas que ou me
dispunha a fazer sozinho ou não fazia de todo. E foi esse o espirito com que
saiu o teaser, em plena crença de que o apelo à concentração ia cair em saco
roto, e que lá ia eu, desgraçadinho e sozinho para terras helvéticas.
Não podia estar mais enganado. Poucos dias depois da
publicação, aparece-me o Carlos a dizer “epá, aquilo parece-me muita bem, conta
comigo”. Fiquei contente, por um lado porque ainda havia pessoas a ler este
blog, e por outro, porque tinha conseguido “vender” a ideia a alguém sem ser a
mim próprio. Mas as surpresas continuaram e quando eu e o Carlos andávamos a
ver preços de viagens de avião e de sacos para levar as bikes, o Telmo
alistou-se na armada: “Alpes? Epá eu não tenho bicicleta para isso, senão até
ia”. Prontamente o Carlos retorquiu “eu tenho duas bikes, que não seja por isso…”.
E não será mesmo por isso, a mítica Sinttesi já tem amortecedor novo e está
afinada para o cú do Telmo. Mas as surpresas continuavam, e alguns dias depois,
o nosso Flying Tó, também já dava mostras de querer ir experimentar os shores
do bike park de Châtel (ver o vídeo abaixo). Infelizmente, para este, os maiores
impedimentos chamam-se International Monetary Fund e Pedro Passos Coelho. Os
cortes a que estão sujeitos os funcionários do Estado (qual estado…?) podem tornar
esta trip proibitiva ao proletariado. A ver vamos se temos este homem como “alfa”
da alcateia de malucos que se prepara para ir arrefinfar umas cabras montesas
nas montanhas suiças, ou se vai ter de ver a viagem pelos olhos de uma goPro.
Mas a história ainda não se fica por aqui. À medida que
fomos vendo alguns vídeos de provas passadas e ao ver as vistas do percurso, o
entusiasmo aumentava. E foi ao terminar de ver um destes vídeos que eu me
lembrei de um episódio com o JP na Ericeira, em que estávamos de bike, debaixo
de uma chuvada monumental e em que ele me diz “este desporto é mesmo
espectacular, este contacto com os elementos é qualquer coisa…”. E ao
lembrar-me disto disse para mim (e garanto-vos que as “palavras internas” foram
mesmo estas): “foda-se, o JP tem MESMO de vir fazer isto comigo, isto é a cara
dele”. E foi com este episódio sempre em mente que comecei a vender a ideia e
depois de algumas mensagens em que me lembro de dizer que “se tirares 1,75€ por
dia, até lá, pagas a viagem toda”, a coisa ganhou alguma força. Convém também
dizer que, o facto de sermos os dois de 1979, de fazermos 35 anos em 2014 ( no
caso do JP, vai mesmo fazer os 35 lá) e de ambos sentirmos que “é agora ou
nunca” ajudou à decisão positiva, que foi posteriormente aprovada em reunião
extraordinária de conselho familiar!
E este “re-teasing” sai hoje, por dois motivos distintos e coincidentes:
por um lado, faltam precisamente 200 dias para o arranque desta bike trip, e
por outro, acabei de confirmar reserva num chalet em Châtel, a 150metros das
pistas. E ainda temos uma cama disponível (e um lugar em cama de casal que preferíamos
não ocupar)!! Por isso, meus caros companheiros de viagem, mais do que “a coisa
estar a tomar forma”, digo-vos que a coisa está completamente formada e está na
hora de tomarem as devidas providências… é que temos os que estão em forma mas
não têm bike, temos os que têm bike mas não estão em forma e temos os que nem
têm uma coisa nem outra!