O trilho dos coxos já existe há algum tempo, mas levou
recentemente uma operação de cosmética para a prova organizada pelo Ribamar
BTT. Faz a ligação entre o lado sul da praia dos coxos e o forte de São
Lourenço mesmo junto à ravina. E sei que alguns riders que estiveram nesta
prova acharam esta secção demasiado “intensa”, pois tem ali umas zonas em que
uma boa parte desmontou.
O trilho tem algumas zonas de “túnel de vegetação” e muitas
passagens em madeira, mas a zona mais dificil é mesmo uma vertical, que a meio
tem um shore em que se os travões estiverem a ser demasiado apertados a
traseira vai começar a fugir. É que naquela zona, seja inverno ou verão, as
madeiras estão sempre molhadas.
Mas o motivo deste post não é apenas o trilho, que apesar de
divertido, não tem pendente. O pessoal das mtb tem alguns “haters” de serviço
há muitos anos... caçadores, pastores, ecologistas e mais recentemente os
trailrunners. Mas com quem eu não esperava que viesse a haver problemas, pois
nem sequer competimos pelo mesmo espaço, são os surfers. Que naquela zona, até
percebo que andem chateados, pois a Ericeira nos últimos anos virou um enorme
“surf camp”, e com frequência no
Lizandro, Ribeira de Ilhas ou no Matadouro, estão mais de 100 maçaricos com
pranchas de alta flutuabilidade a aprender a fazer surf. E claro que, quem quer
fazer surf a sério, com este “crowd” não consegue. E se o grafitti na praia de
Ribeira de Ilhas onde se lê “If you have rental boards, fuck you” tem o seu
alvo bem definido, aquilo que se passou na madrugada antes da tal prova, falhou
completamente o que pretendia atingir.
A encosta que vai desde o antigo moínho até à praia
está a ser alvo de enormes obras,
provavelmente para lojar mais um “surf camp”.
Estão a ser removidas toneladas de terra, e neste momento, estão pelo
menos uma 10 máquinas pesadas a escavacar furiosamente essa encosta. Mas um
palhacinho, certamente motivado em fazer um post bombástico nas “redes que vieram
dar voz a quem devia estar calado”, resolveu passar à acção, e como não teve
coragem de se acorrentar a uma árvore e assim impedir os bulldozers de destruir
aquele espaço, virou-se para o single track revitalizado pelo Ribamar BTT, e
andou a destruir as passagens de madeira. Valeu à organização da prova, ter
enviado um “scout” logo pela manhã para avaliar o percurso, que detectou o
problema e permitiu que fosse recuperado a tempo
Já dizia o meu avô: "Entradas de leão, saídas de jerico". Depois de nas redes sociais não ter recolhido os
likes que tanto desejava e ter passado pela vergonha de levar por essa via uma lição sobre o que é ou não legal fazer na WSR, o sabotador terá ficado quieto, e o trilho está lá
para todos desfrutarem. Pelo menos enquanto as máquinas pesadas que
efectivamente estão a destruir aquela encosta, não chegam ali.
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