Às vezes as contrariedades e as limitações que encontramos acabam por nos impelir a sair da rotina e da normalidade. As pedras espanholas de Manzaneda atiraram-me para 4 semanas de estaleiro sem andar de bike (os rolos não contam, visto que não têm "componente lúdica"), mas Sábado regressei ao meu querido desporto, ainda em vertentes menos radicais. E ainda bem. É que apesar de inicialmente estar um bocado contrariado com a falta de adrenalina que a voltinha de Sábado fazia adivinhar, já não experimentava a sensação de andar de bicicleta sem coletes, capacetes integrais e outros body armours há muito tempo. Aliás, sinceramente já nem me lembrava da última vez que me tinha montado na minha "Royal Blue".
Pois então este Sábado, peguei na Curve Royal Blue e fui até Belas. Sempre tive um fascínio especial pelo Outono que é sem dúvida uma das minhas alturas preferidas para andar de bike: as temperaturas são mais amenas, as cores da Natureza fascinantes, as primeiras chuvas assentam o pó, o terreno fica compacto mas ainda sem lama e no caso de Belas em particular, já começa a haver verde no meio daquele cinzento todo. Assim que saí de casa deparei-me com um pneu um bocado em baixo, o que me obrigou a ir até a uma bomba de gasolina meter ar naquilo. Como fiquei fora da minha rota, tive de atravessar a estação de Queluz o que me "obrigou" a baixar o selim e mandar-me às escadas. De referir que, apesar dos solavancos, as costelas não apitaram, o que me deixou muito contente e confiante de que "já está tudo bem". A volta estava a começar bem. Depois de uns minutos de alcatrão e do slalom entre carros mais lentos que a minha bike (parece mentira, né?) lá cheguei à Mata de Belas.
Logo de inicio subi até às abelhas e senti os efeitos benéficos dos 15 dias de rolos que precederam aquela manhã. Achei que era um bocado precoce mandar-me aos marretas pelo que continuei a subir pelo lado dos GOEs e desci o trilho do deserto. Foi a segunda vez que baixei o selim e a volta estava a começar a ter um feeling de enduro. Acabei bem junto ao trilho do punhetas e não resisti a fazer os dois ultimos saltos. Voltei a subir o selim, pois aguardavam-me uns kms de subida, e fui andando para o lado Norte da Mata e depois de comer uma arrufadinha, voltei a descer o selim e fui até ao "tunel". Mais um subida épica até aos campos de golfe e respectiva descida com o selim em baixo. A volta já ia longa e estava na hora de voltar para casa, mas não resisti a subir pela última vez, agora com o destino "marretas", onde esgotei os meus 150mm por duas vezes. Parece-me que já estou pronto para a guerra.
Ou então não, porque durante este mês de recuperação, em que um gajo anda minimizado e com a crista cheia de humidade, tenho sido alvo fácil. Lembram-se daquele rapaz que ia pelo "Fátima Lopes" para evitar o ride the lightning e que mesmo assim chegava ao fim da Malveira a dizer que não tinha jeitinho nenhum e que aquilo de que gostava mesmo era queda livre? As minhas palavras de ânimo, que geralmente sucediam esse episódio recente, devem ter tido um efeito mais profundo do que inicialmente fazia crer, pois esse rapaz já não existe. Agora temos um Covas de tal modo moralizado que já me diz que se não fosse ele, a malagueta nunca tirava as rodas do chão. O que é falso, diga-se de passagem. Mas não é o único que me goza durante a enfermidade. Lembram-se de um rapaz que costumava andar de bike connosco mas que agora está mais virado para o cross? Pois o Jay no Sábado cumprimenta-me assim: "então sr. Rodas no chão, tudo bem?". Podia ter respondido que "Vai-se andando Sr. BTT", mas o Benfica perdia por uma bola a zero, e não houve agilidade de pensamento para isso. Perante toda esta fanfarronice, e eu que sou um gajo que me pico com relativa facilidade, estou um bocado desejoso de voltar às pistas. É que aqui o "rodas no chão" ainda tem umas coisas sobre tracção e dinâmica de corpos para ensinar aos rapazes, mas só depois de todos terem assimilado qual é afinal a posição dos pés durante uma curva... eheheh.
abraços,
"super tacky" sub
abraços,
"super tacky" sub
1 comentário:
Mas ca ganda paneleirice me saiu essa "Blue Navy"...
Vá, larga lá os rolos e agarra a malagueta para ires até à Malveira conhecer a descida até colares.
Atenção que ao contrário daquilo que tu gostas (rodas coladas ao chão), a pista está cheia de saltos e saltinhos. ;-)
Grande abreice
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