O trilho das amoreiras é curto. É curto e nem é
particularmente desafiante. Mas a vista que proporciona é tão boa que merece um
“post” só para si. Este é uma adição recente ao menu de trilhos disponíveis ali
naquelas bandas. Talvez tenha tardado em lá passar porque não fica muito “em
mão”: o trilho é uma alternativa “on dirt” à estrada, na descida das curvas da
carvoeira, e geralmente quando lá passo, é a subir. Mas este ano, com as obras
nas arribas da Carvoeira que obrigam a ter a estrada fechada durante a semana,
trocaram-me as voltas e explorei mais vezes ali a zona da baleia e S. Julião. A
entrada para o trilho é junto ao emblemático “Pão com chouriço e sem”, no
desvio para a Baleia, e depois é rumar em direcção às ruínas do forte da
Carvoeira.
Logo aí, começa um estradão que “apenas” oferece velocidade
e uma vista incrível. Por vezes existe logo ali a dúvida de ir na gáspia ou
meter as mãos no travão e parar um bocado para comer uma barrinha e ficar ali a
apreciar a paisagem. Numa destas incursões que por ali fiz recentemente, tive
mesmo de parar: um prego com uns 10cms entrou por um lado do pneu e saiu por
outro. Não costumo ficar apeado por causa de furos e ando sempre com pelo menos
uma camara de ar no camel, não fosse eu sou o gajo que levou uma caixa com 10
camaras de ar para a trip dos Alpes. Mas desta vez ia ficando mesmo apeado. O
estrago no pneu foi tal, que a camara de ar nova, quando a comecei a encher,
começou a sair pelos buracos do pneu. Mas o espirito de engenheiro valeu-me,
forrei o interior do pneu com a camara de ar antiga e com uma pressão de para
aí uns 15psi lá consegui chegar até casa. Pneu para o lixo, jante empenada e um
raio partido. Os típicos “10euros por descida”…
A vista é deslumbrante. Vale a pena parar e comer qq coisa.
Até porque se desce melhor com o estômago forradinho...
O inicio do single, com o Lizandro à esquerda
Single tracking 1
Single tracking 2
Depois deste estradão, entra-se no single track. Não é nada
de especial, mas dá para comprimir as suspensões. A parte mais desafiante é na
chegada à estrada, já junto à ponte sobre o Lizandro. Sinceramente, o mais
desafiante aqui nem é o trilho… é tentar não ser atropelado. É que o trilho
termina numa pequena trialeira mais vertical,
que desemboca para cima do alcatrão, de forma completamente cega, e não existe propriamente forma de a fazer
sem que no fim, fiquemos já do outro lado da estrada. A única coisa que se pode
fazer é mesmo desmontar ou esperar que não passe nenhum carro naquele momento.
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