quarta-feira, 27 de maio de 2009
as matinés (que já não são do X)
segunda-feira, 25 de maio de 2009
37 pró Castelo
E agora um pequeno comentário sobre a "noticia do momento" : as pistas da Malveira estão para ir abaixo. Se por um lado não me sinto com autoridade moral para falar, pois apenas fui a uma manutenção promovida pelo CPFR, por outro, como cidadão, sinto-me em pleno direito. Como sabem, quem no passado sempre esteve contra a abertura de novos trilhos - o PNSC -está do "nosso" lado e consagrou o direito à pratica de FR no parque natural na Carta de Desporto na Natureza há cerca de um ano. Quem agora nos quer fora de lá é a camara de Cascais (dona dos terrenos), pois parece que incomodamos os moradores em ano de eleições. Com que direito, meia duzia de cidadãos fazem valer a sua vontade sobre as centenas de cidadãos que frequentam e as dezenas que melhoram aquele espaço para a prática desportiva à conta de muitos litros de suor?? Será que o direito deles de estarem em isolamento na floresta nas suas casas palacianas se sobrepõe ao direito dos restantes praticarem desporto ali? Praticar desporto caraças, não vamos para ali pegar fogo a nada, fazer patuscadas, tocar tambores ou apanhar bezas...! Não nos tiram dali assim, sem fazermos barulho.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
in case of emergency dial 661
Sabem aquele tópico do FRZ… “Material assassinado e espalhos”? Resume bem a nossa manha de Sábado. Isto quanto mais tempo ficamos sem andar, mais custa o regresso, e parece que um gajo se esqueceu do pouco que sabe. Mas o que interessa é que fomos, e se por um lado o Covas anda com uma nuvem negra por cima, eu ando com um sol radioso. Vamos lá ver quando é que me calha uma insolação…
a mascote... é pena que não dê sorte nenhuma!
Mal chegámos à Malveira percebemos que algo de muito errado se anda ali a passar: dois fds consecutivos em que o Jay espera por nós. Tamanha improbabilidade deveria ter-nos alertado para o que estava por vir, mas mesmo assim fomos descer animados e crentes de que tudo ia correr bem. Logo na 1ª descida, fui eu e o Covas pelo ride the lightning, com o Covas à frente. Até estava a dar gosto de o ver a comer a trialeira sem problemas, a fazer um granda trabalhinho de pernas a amortecer aquilo tudo. 2ª secção sempre a abrir, os dois todos largados por ali abaixo, a curtir à grande. Na 3ª secção, depois do relevê grande vejo o 1º espalho do dia que custou um dropout ao Covas e consequente imobilização da plunder o resto da manhã. Mais um espeta motivado pelo “pé de fora em baixo” que tanto tenho apelado aos meus companheiros. Aquelas milésimas de segundo em que quem ainda não automatizou o movimento fica a pensar “esquerda, direita, esta esquerda ou a outra” continuam a custar umas quedas. Resultado: logo na 1ª descida ficámos sem um canhão e com o Covas que só fez 1/2 descida (ficou com o desviador pendurado e não tinhamos quebra-correntes) a sonhar com aterragens suaves e com os “zero skills” exigidos pelos saltos em queda livre...
Depois, fui eu e o Jay, descidinha limpinha e sem quedas, com a 1ª secção quase sem erros e sempre a ouvi-lo coladinho a mim. Na 4ª secção, eu continuo a evitar os shores mas um dia destes lá terá de ser (“é um handicap muito grande”). De seguida, desceram o Covas e o Jay, que descobriram uma nova linha, encostada ao shore/skinnie/baloiço novo que la andam a fazer. Estavam acompanhados por um rapaz que lá conhecemos, o Hugo, que lhes ia dando um alento extra para se mandarem aos obstáculos.
Hugo e Jay
Depois de uma paragem para reabastecer com umas arrufadinhas, fomos novamente fazer umas descidas, e o Covas foi-me mostrar a tal linha nova. Ele avisou-me que o terreno estava ainda muito virgem. Realmente, o trilho ainda está pouco pisado (talvez porque ainda está fechado!) e o chão fofo tira muita velocidade - mas ainda bem - porque numa dessas zonas o Covas caiu de costas no espaço entre umas pedras e um cepo mal cortado. Quando vi onde ele estava confortavelmente deitado a pergunta “estás bem?” impunha-se, porque se tivesse caído 2cms para qualquer um dos lados, certamente as consequências teriam sido outras. No drop que antecede os voadores, o Covas manda-se novamente à maluca, e quando já eu pensava “bem, assim sendo eu também vou fazer” deu-se a queda do dia – o Covas não conseguiu chegar às manetes de travões (afinadas para as manápulas do “Jay Phelps”), foi direitinho contra uma acácia em full power e mandou um voo daqueles mesmo aparatosos. Ao primeiro “estás bem?” o Covas respondeu que sim, ao segundo respondeu que “não sei” e ao terceiro foi “espera aí que já te digo”.
se soubesses o espeta que o covas mandou não tavas a filmar...
Na descida seguinte, fui com o Jay, tudo muito limpinho até se chegar aos shores. Quando eu estava à espera no final da secção, vejo um granda Jay a voar descontrolado lá mais atrás… tinha ficado com um pé preso num dos retentores de terra! Mais uma chamada para o 661, uma direcção com um bocado de folga (que já vinha do espeta do Covas contra a acácia), mas nada que o nosso mecânico não tenha tratado na hora.
capacete sem pala "john tomac style"
Continuando a epopeia, na descida seguinte o Jay à frente e eu atrás, bem coladinho, porque tendo em conta o histórico recente, alguem ia cair, e queria estar la para ver e para depois perguntar se "está tudo bem". Felizmente a história não se repetiu e o Jay não caiu mais e os gajos da 661 puderam descansar. Depois destes dois fds em que vi tantos tralhos aparatosos dos rapazes e não me calhou nenhum, sinto-me um bocado excluído, mas como alguém disse e bem, geralmente quando me espeto dá direito a raio-x.
"crise? qual crise?"
Continuamos é com o grave problema de transporte... com a spacestar só dá para três, e ja temos saudades de fazer ali umas descidas com o resto do pessoal. Continuamos à procura de uma carrinha por 1000€, mas não tem estado lá muito fácil de encontrar uma coisa em condições: a única que fomos ver, o dono disse que tinha vergonha de a ligar assim a frio por causa do fumo...
sábado, 9 de maio de 2009
crise? qual crise?
Depois de tanto tempo como leitor, foi hoje que decidi ser também autor de um post (espero que vos dê tanto prazer e entusiasmo a ler, como eu tenho e sinto quando leio um dos vossos). Se desde o início tenho sido um dos maiores contribuintes nas campanhas da GAS, a pergunta que se impõe é, porquê postar logo hoje?
Dou-vos duas pistas, vencer a inércia que um corpo de 1,88m e 93kg necessita nem sempre é fácil, e quando se consegue temos que canalizar os esforços para assuntos tidos como prioritários, do tipo alimentação, satisfação de necessidades fisiológicas básicas, carregar no botão do comando, esse tipo de cenas…a outra pista que vos deixo é que hoje relembrei-me do quão divertido o downhill pode ser – e esta sim é a verdadeira resposta á minha pergunta!
Quem costuma raidar comigo sabe que nos últimos tempos atravessava uma crise de confiança acentuada, fruto de mais dois ou três valentes baptismos por essas pistas fora, e isto é tão verdade que até numa prova de 60km me inscrevi, sim sou eu o autor da expressão “tou mais virado pó cross”, mas meus amigos e colegas raiders, acho que hoje virei a pagina da crise de confiança que me seguia desde a altura das minhas queridas e saudosas (ate hoje) chuvas, que tão deslizantes e escorregadios deixavam os trilhos malveirenses.
Como já não descíamos os três juntos (sub, covas, e eu) á uns valentes meses decidimos subir a serra a pé para matar saudades. Em boa hora o fizemos, porque conseguimos ver que a luta naqueles lados não pára, e ainda bem, a não ser que sejas uma acácia! Assim e a duas secções do inicio da pista pusemos os capacetes e decidimos descer! Foi uma descida controlada até porque nenhum de nós descia á uns tempos e isso sente-se e de que maneira! Após umas semanas a andar com outra máquina, ainda por cima numa rígida, aqueles 1ºs metros de trilho foram como se tivesse numa bike totalmente nova. Mas foram sensações que duraram pouco, á medida que ia passando pelos micro-ondas e dropando obstáculos começava-me a lembrar das suas reações e do seu feitiozinho temperamental. Como dois amantes que não se vêem á algum tempo, e se encontram casualmente num café, o próximo passo seria monta-la á séria!
Decidimos voltar ao método spacestariano e lá fomos nós serra a cima, sendo eu o primeiro condutor do dia! Desta forma calhou ao sub ser o padrinho do nosso stoxx no “ride a lightning” e pelo que sei foi um baptismo memorável, mas deixo essa crónica para um dos seus participantes. Assim que chegou a minha vez de descer, começamos logo bem, e conseguimos fazer tudo limpinho o que me deu uma moral extra para o resto daquela descida. A esta altura já nem me lembrava da crise de confiança. Crise? Só mesmo a económica!
Com tanta moral, no meu caso especifico normalmente só há uma saída, e é rezar para que não seja muito dolorosa! Para vos tranquilizar desde já, adianto-vos que apenas me aleijei na pontinha do dedo anelar da mão direita, digo-vos que foi uma sorte do c#**#” so me ter aleijado aí. Vinha louco (quando somos nós parece que vamos sempre a 300km\h) na zona dos degraus, e no último perco o controlo da menina, ainda tento desviar-me duns cepos encostados ao lado direito da pista mas esqueci-me que a seguir tinha uma árvore, só tive de tempo de fechar os olhos e pensar; este vai ser dos fodidos! Acho que foi a 1ª vez que fechei os olhos á espera do embate, mas quando estou á espera dum BUM CATRAPUM PUM PUM, surge um silencioso.... já está???? Não foi assim tão fodido! Uns raspões, uma dormência no dedo e tá bom, agarra na bike e vamos continuar que isto hoje ta muita bom! Continuei a descer com um sorriso parvo que nem um dos espetas com mais velocidade que tive conseguiu arrancar! Na descida seguinte o registo continuou e continuei a morder os calcanhares de quem quer que fosse á minha frente, acho mesmo que, se fosse o Pastrana á minha frente também ele levava uma buzinadela para sair dali que me estava a atrasar as cronometragens. Tempo ainda para sacar o melhor table que alguma vez consegui sacar, e que mais pica me deu fazer! Ainda vinha no ar e já estava aos gritos!! Foi mesmo bacano!
Não posso deixar de dar uma palavra de grande apreço e de admiração ao nosso stoxx que após uma longa paragem voltou ás descidas e já com um ritmo bastante apreciável e nada espectável para quem tava parado á tanto tempo. Mas pelos vistos tudo o que for feito a menos de 250km/h e abaixo dos 4km de altura já não dá pica!
E assim se fez mais uma manha nos trilhos da Malveira, e que manhã! onde mais uma vez a boa disposição reinou!
Crise só mesmo na bolsa!
abrç
jay